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O atendimento quiroprático é seguro?



O tratamento quiroprático é seguro e eficaz quando realizado por um profissional graduado. Durante a graduação (que leva cinco anos para sua conclusão) todo aluno passa pelas mais diversas disciplinas para trabalhar com todo tipo de paciente e dar condições para que esse organismo melhore e fique livre das dores e subluxações de forma segura. Por isso é tão necessário fazer os testes físicos e ortopédicos, palpar a coluna e avaliar a postura e os exames de imagem, a fim de definir a melhor técnica a ser aplicada. Quando bem avaliado, qualquer paciente pode se submeter aos cuidados quiropráticos, mesmo aqueles que apresentam osteoporose, ou que estão ``travados``, com muita dor ou limitação nos movimentos.

Existe um medo de que os procedimentos quiropráticos causem dor ou mesmo lesões, porém esse medo é decorrente da falta de informação e pela escolha de um profissional adequado. Ainda na minha faculdade, lembro que uma professora comentou que esse medo de quebrar o pescoço ou qualquer parte da coluna vem de muito e muito tempo atrás, quando a tuberculose era uma doença que não possuía pesquisas e tratamento. A tuberculose além de afetar os pulmões, pode se instalar nos ossos, deixando-os muito frágeis. Como todos sabem, estalos na coluna existem desde tempos longínquos e eram realizados sem os devidos cuidados de segurança dos quais eu prezo tanto. Obviamente, mexer nos ossos de pessoas com tuberculose não era a melhor ideia, e aí sim, ocorriam fraturas nesses ossos frágeis, vindo daí o receio de que os procedimentos sejam lesivos.

Na graduação, todo o aluno deve desenvolver a velocidade nos ajustes (e não a força) e a finesse - deixar os ajustes cada vez mais específicos - (para mexer somente a vértebra em questão) tornando o procedimento o mais certeiro, confortável e indolor.

Quando se vai para a literatura científica buscando pela segurança dos procedimentos, principalmente em questões de pescoço, vale a pena conferir algumas revisões sistemáticas da literatura: uma série de pesquisas criteriosas que buscam tudo o que já foi publicado sobre o assunto, para entender o que ocorre pelo mundo todo. Nessas, não há nenhuma evidência concreta de que os procedimentos quiropráticos sejam danosos ou que levem a problemas graves de saúde.

Pesquisas relacionadas a dissecações da artéria aorta afirmam que não está claro se as dissecações da artéria são devido à falta de reconhecimento da doença preexistente ou se são causados pelas manipulações cervicais (Biller et al., 2016). Outros artigos relatam a falta de associação conclusiva ou baixíssima associação entre os ajustes no pescoço e a ocorrência de acidentes vasculares cerebrais (CHURCH et al., 2016; Haynes et al, 2012,). Em uma revisão de literatura publicada por uma das mais bem conceituadas revistas científicas sobre coluna, a Spine, os autores afirmam que entre os beneficiários do Medicare (um plano de saúde) com idades entre 66-99 que buscaram auxilio para um problema neuromusculoesquelético, o risco de lesões na cabeça, pescoço ou tronco no prazo de sete dias foi 76% menor entre os indivíduos que visitaram um quiropraxista em comparação com aqueles que buscaram um atendimento médico nesse mesmo período e mostram que a probabilidade de uma lesão com o atendimento quiropratico é de 40 incidentes para cada 100.000 indivíduos, comparados a 153 incidentes para 100.000 indivíduos que recebem cuidados médicos. (Whedon et al., 2016).

Você pode conferir essas artigos nos links abaixo:

BILLER, José et al. Cervical arterial dissections and association with cervical manipulative therapy a statement for healthcare professionals from the American heart association/American stroke association. Stroke, v. 45, n. 10, p. 3155-3174, 2014. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104849

CHURCH, Ephraim W. et al. Systematic review and meta-analysis of chiropractic care and cervical artery dissection: no evidence for causation.Cureus, v. 8, n. 2, 2016. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4794386/pdf/cureus-0008-000000000498.pdf

HAYNES, M. J. et al. Assessing the risk of stroke from neck manipulation: a systematic review. International journal of clinical practice, v. 66, n. 10, p. 940-947, 2012. Disponível em http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1742-1241.2012.03004.x/full

WHEDON, James M. et al. Risk of Traumatic Injury Associated with Chiropractic Spinal Manipulation in Medicare Part B Beneficiaries Aged 66–99. Spine, v. 40, n. 4, p. 264, 2015. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4326543/

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